Apesar de a suplementação estar cada vez mais presente na vida das pessoas, alguns levam essa hábito ao extremo, a ponto de substituir a alimentação pela mistura de substâncias.
Conhecido como “ração humana”, o complexo rico em nutrientes ganha espaço na mesa dos esportistas, não como complemento, mas como prato principal. Mas quais as consequências disso?
Diferente do que se acredita, a ração humana não é projetada para conter todas as substâncias que o corpo humano necessita e só pode ser prescrita por um/a nutricionista. “O complexo ajuda a regular as funções intestinais, acelerar o metabolismo e normalmente é usada para a perda de peso, ou seja, não é indicada para atletas, pois eles precisam repor as energias, não perdê-las”, orienta a nutricionista Bianca Bianchi.
Aliás, quando a ração humana é prescrita, ela também deve ser consumida com cautela, pois, em grande quantidade, a mistura causa gases, constipação e distensão abdominal. “A quantidade recomendada é de duas colheres de sopa ao dia misturadas a refeição”, completa a profissional.
Caso a dose seja aumentada, o indivíduo pode sofrer com os efeitos colaterais. “A ração humana é um componente usado para emagrecer, mas pode causar problemas, como aumento de peso, se for consumida no lugar das refeições. Além disso, portadores de diabetes, hipertensão e doenças crônicas precisam de orientação médica antes de consumir esta ração”, avalia a nutricionista.
Bianca Bianchi diz que, ao invés de optar por adicionar a ração humana à dieta, o atleta pode escolher opções mais naturais. “Ele (o atleta) pode preferir outros alimentos que têm a mesma finalidade, como semente de linhaça, farelo de trigo, leite de soja, aveia e açúcar mascavo”.
Suplementação - Como o nome já diz, os suplementos devem ser um complemento de vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos e aminoácidos, que podem estar faltando na dieta do indivíduo. “A suplementação nunca deve substituir uma refeição. No caso de atletas profissionais, a suplementação deve ser feita em parceria com a alimentação, pois há uma perda de energia muito grande. Já para os atletas que treinam na academia com frequência, uma suplementação após o treino já é o suficiente”, explica Bianca.
Saiba o que ocorre com o organismo quando alguns suplementos são consumidos em excesso:Aminoácidos: desencadeia problemas intestinais, hepáticos e renais.
Glutamina: provoca cirrose no fígado, problemas nos rins e síndrome de Reye (doença que acomete cérebro e fígado).
Termogênicos: provoca taquicardia (que pode levar a uma arritmia) e insônia
BCAA: provoca desgaste gastrointestinal.
Óxido Nítrico: causa problemas respiratórios, coceira, vômitos, tremores, asma e sudorese intensa.
Creatina: apesar de criar a falsa ilusão de aumento muscular, o que realmente ocorre é um aumento da reserva de água dentro das células, o que faz com que as pessoas fiquem inchadas.
Proteínas: prejudica o funcionamento dos rins e fígado.
Substâncias estimulantes: provoca dependência psicológica, aumento da pressão, agitação, distúrbios do sono e falta de coordenação motora.
Óleo de Cártamo: provoca distúrbios do trato gastrointestinal, diabetes tipo 2, inflamação e risco de doenças cardiovasculares
Precursores do HGH – pode ocasionar diabetes, ginecomastia (aumento de mamas em homens), síndrome do túnel de carpo e acromegalia (gigantismo).
Saiba também o que ocorre quando vitaminas são consumidas exageradamente:Vitaminas: prejudica o funcionamento do fígado e dos rins. Em alguns casos, provoca espinhas e flatulência.
Cálcio: pode ocasionar cálculos renais, redução de magnésio no organismo (se combinado à vitamina C), fraqueza muscular, irritabilidade, depressão, problemas de memória e anorexia.
Fósforo: em excesso pode levar à pressão alta, confusão mental e problemas cardiovasculares
Magnésio: provoca fraqueza muscular, pressão baixa, rubor na face, náuseas, insuficiência respiratória e boca seca
Ferro: Danifica o paladar metálico, causa dor de cabeça, náusea, tontura, pressão baixa, perda de peso, dor nas articulações, problemas no fígado e no coração;
Zinco: provoca anemia, febre, queda no sistema imunológico e nos níveis do colesterol HDL (colesterol bom)
Cobre: provoca náuseas, vômitos, hemorragia gastrointestinal, diarreia, anemia e cirrose.
Manganês: pode atuar no crescimento de células cancerígenas.
Vitamina A: prova ressecamento e descamação da pele, dor nos ossos, nas articulações e na cabeça, cãibras, tontura, náuseas, problemas no fígado e no crescimento.
(Matéria retirada do Portal da Educação Física)